O projeto Pontes Comunitárias, integrado ao Programa Arte em Trânsito, nasce em 2020 com o propósito de aproximar os diversos saberes da comunidade ao espaço escolar. Sendo assim, o projeto está engajado principalmente no desenvolvimento de duas ações:
A primeira, tem como objetivo buscar e conhecer práticas artísticas individuais ou coletivas presentes na região de Juiz de Fora, sendo elas: música, visualidades, cerâmica, bordados, dança, dentre outras. A partir disso, apresentá-las num catálogo que pretende divulgar a história, as ações e os sujeitos envolvidos em tais práticas.
A segunda ação, totalmente integrada à primeira, busca proporcionar encontros entre esses artistas e a comunidade escolar. Tais encontros acontecerão principalmente no âmbito do Colégio de Aplicação João XXIII, da Universidade Federal de Juiz de Fora, a fim de promover rodas de conversa, oficinas, apresentações, exposições, no intuito de que o espaço escola seja efetivamente um espaço da comunidade e, consequentemente, dos saberes provenientes dela.
Logo oficial do Projeto.
O processo de criação da logo do Pontes Comunitárias teve como pilares os temas escola, arte e comunidade, interligados pela proposta do projeto. A escolha de símbolos, fontes fluidas, orgânicas e irregulares foram pensadas com o propósito de se conversar com o fazer manual, o artesanato, as manifestações culturais de cada grupo, que é único e não simétrico, que tem a marca das mãos de cada artista, cada jeito e personalidade. A fonte vai de encontro com a escrita manual, escolar, irregular e transparece uma escrita quase infantil, brincalhona, para de algum modo trazer leveza e informalidade, buscando no popular uma espontaneidade.
O arco que contorna os dizeres “Pontes Comunitárias” é inspirado em obras do Vale do Jequitinhonha, patrimônio imaterial de Minas Gerais. No caso, vemos uma mandala de mulheres dando as mãos em forma de ponte, símbolo de união entre dois pontos, escola e comunidade. Além disso, o elo entre cada mulher, estabelecido pelas mãos dadas, faz referência ao que é produzido em comum, comunitário, a várias mãos. É sinônimo também de união, de ligação, metaforizando a ligação arte popular-comunidade. As 5 mulheres representam tanto as facetas das linguagens artísticas como dança, pintura, escultura, música, bordado, quanto as próprias pessoas envolvidas no projeto. Por final, as cores foram selecionadas de acordo com três cores características do barro do Vale do Jequitinhonha, o qual é utilizado para a pintura das peças.