Teia de Aranha

A aranha é um animal que tece sua teia e constrói ali um espaço de vivência e sobrevivência. Ela está sujeita a interações internas e externas que podem interferir no seu pequeno microcosmo.

Se há uma grande distância entre os fios, por exemplo, a chance de que pequenos insetos fiquem presos nela e se tornem seu alimento são menores. Por outro lado, com fios mais próximos, sua teia se torna mais perceptível, fazendo com que suas presas desviem dela. Ela precisa fazer escolhas que terão consequências diretas para sua sobrevivência.

Analogias como essa podem ser transferidas para a vida humana. O meio em que vivemos e as questões sociais e afetivas às quais somos expostos ou com as quais interagimos, influenciam em quem somos. As nossas teias e suas interações nos afetam.

Essa foi a base do debate proposto pela exposição realizada na Galeria Professor Pável em outubro de 2019, denominada “Teia de Aranha”. A obra única do artista Paulo Rafael se tratava de uma instalação com linhas de cores sortidas, inspiradas na ocupação das teias de aranhas e na sua capacidade de alteração do espaço.

Exposição montada na Galeria Professor Pável

Influenciado pelo artista Joseph Beuys, que acreditava na mudança da sociedade utilizando da educação atrelada a arte, Paulo organiza seu material de maneira disforme no ambiente, não impossibilitando a passagem, mas criando um novo espaço lúdico, na intenção de gerar um novo olhar para a Galeria.

Diferente de outras obras que usam suportes tradicionais, a exposição propõe uma interação sensorial do espectador. As pessoas puderam se colocar na instalação e interagir da maneira que quisessem, seja tocando os fios, os desembaraçando, os olhando, ou até mesmo passando e apenas desviando deles. O que importa é a forma como você transforma aquele ambiente e como ele te transforma.