Carolina Bezerra e os padrões de beleza

Carolina Bezerra, professora do Colégio de Aplicação João XXIII, tem um longo trabalho na área da fotografia. É através dele que Carol representa as belezas diversas, principalmente das mulheres.

Em suas obras, é sempre reforçado que os padrões de beleza impostos, que são majoritariamente os padrões europeus, não condizem com a realidade de muitas brasileiras, e que isso não as fazem menos belas. A multiplicidade de tipos de cabelo, tons de pele e formas corporais fazem parte do que somos enquanto povo, e todos devem ser apreciados.

Com essa ideia em mente, Carolina Bezerra trouxe ao Arte em Trânsito suas exposições no decorrer de alguns anos, levando até as crianças novas histórias, imagens e visões da beleza. Recuperamos aqui as lembranças de algumas delas.

Em 2016, na exposição “Retratos da Resistência: As faces do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva”. O projeto, com curadoria e pesquisa de Carolina Bezerra e Guilherme Landim, conta com fotografias feitas por Claudia Rangel dos 20 atuais membros do grupo, Patrimônio Imaterial da cidade, e traz nas legendas as respostas de cada um sobre o que o batuque significa para eles.

Além disso, tiveram a oportunidade de contar aos alunos sobre as escolhas de luz, figurino e maquiagem para a composição das fotos.



Já a exposição “Presença-Mulher”, de 2017, foi pensada com o intuito de celebrar e marcar, no cenário político atual, o Dia Internacional da Mulher, dando visibilidade às mulheres que trabalham e atuam no João XXIII. O trabalho reúne registros, em 106 imagens, das colaboradoras do Colégio de Aplicação, representando a diversidade feminina presente no espaço escolar.

“Pedi que cada modelo se pensasse enquanto mulher, profissional, mãe, pesquisadora, professora, em uma dimensão do seu feminino, do que compreende sobre a experiência do ‘ser-mulher’, e escolhesse em que lugar do colégio gostaria de ser fotografada e como, com roupa, objetos, frases, adereços, maquiagem”, conta Carolina dos Santos Bezerra, professora e fotógrafa responsável pela mostra.

Segundo Carolina, a ideia também é uma proposta relacionada à arte-terapia. “As fotografias foram realizadas tendo como foco o registro, a tentativa de captar algo da essência e da autoimagem que as fotografadas gostariam de ver e fruir de si mesmas, indo além de apenas um ensaio fotográfico”, afirma.





Em sua última aparição na galeria, em 2018, a professora nos apresentou a exposição “Corpo, Poder e Identidade: o Axé da Beleza Negra no Ilê-aiyê”. Nela, Carolina reforça mais uma vez como os padrões que perpetuamos são excludentes e a importância de se trabalhar a beleza e cultura negra em um contexto em que as mulheres negras são as mais invisibilizadas e as que mais sofrem perante as injustiças da nossa sociedade.




Aproveitamos esse momento para convidá-los a acompanhar nossa live de amanhã, dia 18 de novembro, chamada ‘O olho e a mão: fotografia como extensão do ser’. Teremos a participação de Carolina, com a mediação de Letícia Morais e Renata Caetano. Será um bate-papo bem bacana, não percam!!!

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