Respostas para o Vento

Ao pensar nas tradições de Minas Gerais, logo buscamos na memória o aroma das comidas típicas, a visualidade dos casarões das cidades históricas e a força da produção artesanal desenvolvida por inúmeros artistas populares e artesãos. Essas pessoas desenvolvem e vendem sua arte, fazendo chegar em diferentes contextos um pouco desse sentimento, do que é ser mineiro, em toda a versatilidade encontrada em um dos maiores Estados brasileiros.

Em meio a tantos objetos, como tachos de cobre, canecas esmaltadas, namoradeiras e oratórios esculpidos em madeira, encontramos também os estandartes. Esse tipo de bandeira, de características físicas e funções oficiais, simbólicas e artísticas das mais diversas é, ainda hoje, algo muito presente no cotidiano das cidades pequenas ou históricas em Minas. Sempre apresentando algo relativo a um universo de significados para aqueles que o carregam, podem ser feitos com os mais diversos materiais, formando peças de grande beleza.

Em maio de 2019, contamos com a exposição “Respostas para o Vento” de Marcelo Brant. Nela, o artista de Diamantina apresentou seus estandartes e ainda viveu uma Residência Artística de uma semana no nosso espaço escolar. Com isso, buscávamos resgatar uma vivência cultural que já não encontramos com tanta facilidade em nossa cidade.

Sendo assim, inicialmente montamos uma exposição que mostrava a obra do artista. Seus estandartes coloridos, que todos os anos ganham as ruas, invadiram o CAp. João XXIII para resgatar um elemento cultural mineiro de extrema importância.

Imagens do processo de montagem e da Exposição Respostas para o Vento na Galeria Professor Pável.

Durante uma semana, o artista esteve conosco em Residência Artística na escola, oferecendo sua “Oficina Itinerante” para os nossos estudantes e público em geral. Sua proposta trazia o processo de criação de estandartes para esse público. Como encerramento desta ação, tivemos um “desfile-procissão” que apresentou para nossa comunidade acadêmica o trabalho elaborado a partir do diálogo estabelecido entre estudantes e artista.

Registros da Oficina Itinerante e do encerramento do “Desfile/procissão” dos estandartes produzidos durante a semana com Marcelo Brant.

Depois disso, os estandartes do artista popular foram retirados. Foram responder ao vento com seus movimentos, cores e sons em outros lugares. Como continuidade de sua exposição e registro de sua presença, ficaram expostos os objetos gerados desse encontro.