TEIA DE ARANHA


“A aranha, aquela aranha, era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo, um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs.” 

  • A Infinita Fiandeira; Mia Couto

Aqui vive uma instalação. Para percorrê-la é preciso se deixar atravessar por linhas, cores e mãos. Como isso chegou até aqui? Quem foi que amarrou esse espaço? Como este novo lugar te muda? Se te muda… Que seja no olhar ou pelo passar…

Aproveite enquanto há tempo! Se a teia atrai, o convite fica aberto para os olhos e mãos na tarefa de rearranjar estas linhas e tecer outros espaços e preenchimentos. 

O conceito de INSTALAÇÃO foi incorporado pelas Artes Visuais em 1960 e identifica uma prática artística que envolve a configuração de objetos em um espaço, transformando-o temporariamente. Espaço e matéria são os elementos de base para esta prática e, diferente dos encontros tradicionais com obras de arte, a chave para a experiência artística, neste caso, depende da interação do espectador e de sua investigação sensorial. Para ver a obra, é preciso estar nela se deixar levar por ela.

No caso desta instalação você pode testar quantas maneiras diferentes consegue atravessar, pois se a obra é o lugar, que lugar é esse? Pode passar quieto, com calma, engatinhando, se esticando, olhando para cima ou para trás. Se não quiser tocar também não se deixe tocar. Pode ser um jogo, um desafio ou um túnel de cores. A teia de linhas pode ser também de ideias… O convite fica aberto para quem que quiser tecer, dizer o que é. 

“– Não faço teias por instinto.

– Então, faz porquê?

– Faço por arte.”

  • A Infinita Fiandeira; Mia Couto

A exposição Teia de Aranha do Artista Paulo Rafael abre no dia 21/10 e fica até o dia 08/10.

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