FORMAÇÃO CONTINUADA PARA QUÊ?

image

O Projeto Arte em Trânsito pretende fomentar a participação e os interesses pela troca de informações, atualização de concepções teóricas e renovação das experiências pedagógicas em arte. Cumprindo, dessa forma, uma das importantes funções do Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF na promoção de fóruns de discussão do fazer educacional, acadêmico e cultural.  Portanto através de suas ações gera aproximações entre professores de arte da educação básica e professores/pesquisadores das universidades, entre artistas e alunado, artistas e professores e outros possíveis binômios que dissolvem alguns dos abismos ainda existentes entre essas esferas.

Esses entrelaces inquietantes germinados entre arte, docência e experiência estética convidam docentes, a comunidade escolar, artística, acadêmica e o meio social em geral, a refletir sobre a importância da arte como área de conhecimento fundamental e indispensável à formação humana. Gostaríamos de destacar o importante papel do professor/a de arte como mediador/a nos processos de inserção e apropriação artístico-cultural de nossas crianças e jovens, hoje, imprescindíveis para pensarmos uma educação atualizada e deslocada de paradigmas tradicionais.

Mas de que docência em arte falamos? Segundo Martins & Picosque (2007) se a arte por si só não responde, sobretudo pergunta, caberá ao docente provocar uma aprendizagem pela dúvida, pela inquietação, pela desconfiança, o que envolverá conhecimentos, sensações, emoções, ação reflexiva e sensível, no âmbito escolar ou fora dele.  Antes de tudo, ser um professor/propositor de desafios. Para assumir essa autoria desafiadora é preciso manter-se como uma superfície esponjosa, como diz a artista Carmela Gross, capaz de absorver conhecimentos e informações sobre as linguagens artísticas, processos de criação e instauração, materialidades, saberes estéticos e culturais. Ser capaz de refletir e tecer conexões interdisciplinares, criar intercâmbios entre os diversos saberes, aliar a pesquisa, prática docente e a produção artística – o que somente a formação continuada será capaz de propiciar.

Dessa forma, o Colóquio e as Mostras Culturais Arte em Trânsito pretendem oferecer mais uma contribuição aos propósitos dessa formação docente calcada na perspectiva do professor/pesquisador e na docência artista (LOPONTE, 2005), aquela que pretende uma atitude artista nos modos de ser docente, sobretudo aquela audaciosa, inquieta e irreverente.

 

Texto:

Andréa Senra Coutinho

Professora do Colégio de Aplicação João XXIII. Uma das coordenadoras do Projeto de Extensão Arte em Trânsito.

Deixe uma resposta