As telas da cidade: entrevista com o artista urbano Stain

Reprodução/Instagram

A cena de graffiti de Juiz de Fora vem ganhando força nos espaços da cidade. Isso acontece porque a arte urbana está sendo mais aceita pela população. O graffiti é uma arte considerada moderna, acessível e que proporciona um diálogo com qualquer pessoa, independente do seu conhecimento artístico e cultural.

Stain

Foto: Gabriel (@torrxs)/ Instagram

Stain começou a grafitar entre 2012 e 2013 e pelo caminho encontrou algumas dificuldades. Sabemos que, em artes visuais, o fazer artístico requer materiais, e no caso do graffiti não é diferente. Stain relata que, no final do dia, as latas de spray acabam saindo caro. Dependendo do objetivo do artista, são necessárias várias cores diferentes, o que pode encarecer o produto final. “Eu era adolescente, não trabalhava, então tinha muita dificuldade em ir para a rua para pintar por não ter material”, conta o grafiteiro.

Por isso, os primeiros passos de qualquer iniciante podem ser difíceis. Olhando para trás, Stain diz que se tivesse alguém para ensiná-lo, talvez o aprendizado seria maior. Hoje o artista urbano dá aulas de graffiti, justamente para resolver esse problema que encontrou na sua trajetória.

“O graffiti tem como sua tela os muros de comunidades, de vias principais de cidade, que é para todo mundo que frequenta estes espaços terem este acesso. Ter trabalhos meus e de outros artistas em comunidades propaga essa arte mais popular”, afirma Stain. O graffiti representa a periferia e dá aos moradores obras mais fáceis de se encontrar e contemplar. “As pessoas vão compreender e se sentir mais bem representadas com esse tipo de arte do que com obras de um Picasso ou Da Vinci na parede. É uma arte periférica de pessoas principalmente negras, o diálogo fica bem melhor”.

Sobre o graffiti ter sido marginalizado por muito tempo, Stain ressalta que o cenário está mudando para melhor, muito por ser uma “arte moderna” que conversa com vários tipos de público, tanto com pessoas já familiarizadas com a “arte clássica”, quanto com aquelas que não sabem muito sobre. Por isso, o graffiti ganha popularidade e aceitação. Hoje, já é comum vermos exposições em museus, galerias, ou até mesmo em painéis no BBB e em novelas.

Desde muito jovem, Stain pegou gosto pela dança e Hip Hop, o que facilitou a aceitação dos pais com o seu envolvimento com o graffiti. Se quiser conhecer o artista pessoalmente, ele frequenta os eventos do Space Hip Hop, que acontecem no viaduto Hélio Fadel, perto do prédio da Justiça Federal. Não se esqueça de acessar o Instagram @stain.stn

Confira abaixo algumas obras de Stain:





*Imagens retiradas do Instagram do artista.

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