Com toda a conversa sobre o trabalho do grupo Muvuka nas postagens do Pontes Comunitárias, começamos a pensar sobre as manifestações de rua que deram origem aos blocos de carnaval.
Elas se iniciaram no século XVIII, onde eram conhecidas como Entrudo. E foi após cem anos que os grupos chamados de cordões, ranchos e blocos começaram a se popularizar pelo Rio de Janeiro e se espalhar por todo o país.
Assim, os blocos se tornaram parte importante da cultura carnavalesca nacional, atraindo milhares de foliões todos os anos. E alguns desses blocos e seus grupos de origem se destacam dos demais.
Esse é o caso do Ilê Aiyê, grupo fundado em 1947 por moradores do bairro do Curuzu, em Salvador – Bahia. Ele é o mais antigo bloco afro do carnaval municipal, expandindo a cultura de ascendência africana no Brasil.
Foto: (Divulgação/SecultBA) https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/11/01/primeiro-bloco-afro-do-brasil-ile-aiye-faz-aniversario-de-45-anos-nesta-quinta-fundador-lembra-marcos-historicos-dias-de-luta.ghtml
Durante o carnaval, o bairro do Curuzu vira palco de um ato cultural-religioso, que é a bênção para a saída do bloco. Acompanhada de uma orquestra e do coral negro, Mãe Hilda foi responsável por esse cortejo aos Orixás até o ano de 2009. Atualmente ele é realizado por sua filha e sucessora, Hildelice Benta dos Santos, a Doné Hildelice.
Em 1978 o grupo teve sua identidade visual criada pelo artista Jota Conha, que é utilizada até os dias de hoje. Nela há o símbolo com quatro búzios abertos, formando uma cruz na testa do que o autor chama de “perfil Azeviche”, que é como uma máscara. Isso porque muitos países africanos têm nas máscaras objetos de profunda importância. É uma das expressões visuais mais conhecidas desses povos.
O nome Azeviche, por sua vez, deriva do de um mineral negro associado ao barro das terras da Liberdade e a pele negra.
Fonte: http://www.ileaiyeoficial.com/
As cores do bloco são branco, preto, amarelo e vermelho, que representam respectivamente a paz, a cor da pele, a riqueza cultural e o sangue derramado na luta por libertação.
Você pode conhecer mais sobre o grupo em seu site oficial:
http://www.ileaiyeoficial.com/
No vídeo abaixo os diretores do grupo Ilê Aiyê falam sobre o reconhecimento dos valores e saberes trazidos da sociedade africana. Confira:
Fontes:
https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/ile-aiye/a-origem/
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/grupo636197/ile-aiye