Em 2011, quando começamos a pensar a proposta de uma Mostra Cultural no Colégio de Aplicação João XXIII, um dos primeiros elementos que se destacou entre nossas ações foi a presença de artistas na escola. Eles e elas apareciam especialmente na exposição que acontecia na Galeria de Artes, que até então era coordenada por outros colegas, e, em uma intervenção artística. Essa proposta era pensada especialmente para os espaços do Colégio e poderia acontecer nos mais diversos locais.
Inicialmente, achávamos que apenas a presença por meio das exposições desses artistas bastava. Às vezes, enquanto montavam suas intervenções, eram interrompidos pelas crianças que passavam pelos corredores e, movidas pela curiosidade, queriam saber o que aquela pessoa ali fazia.
Com o passar dos anos e, principalmente, com a ampliação de nossas atividades, fomos aumentando essa presença. Em 2016, passamos a fazer a gestão da Galeria Professor Pável, e com isso, além de realizar diferentes exposições, também abrimos espaços para “Encontros com artistas”. Assim a pessoa que estava expondo era convidada para conversar com uma turma do Colégio. Não temos dúvidas de que toda essa experiência aguçou a nossa percepção para uma pedagogia para as artes, algo que muitas vezes escapa ao espaço/tempo cronometrado das aulas da grade.
Sendo assim, na Mostra Cultural de 2016, operou-se uma ação que foi elemento importante dos passos posteriores de nosso trabalho em torno da ideia de Residência Artística. A professora/artista/pesquisadora, Fernanda Morais, se propôs a criar uma artesania bordada na grade de uma das escadas do Colégio, por meio da intervenção artística “Tecer afeto: risco, fio e gesto”. Ela convidou um grupo de estudantes para criar coletivamente com ela, por meio de uma oficina. Munidos do conhecimento, eles se apropriaram do método de criação e ampliaram a obra, levando suas próprias questões para o processo da artista.
Essa ação nos fez pensar que, tão importante quanto trazer artistas para o espaço escolar, é promover encontros que suspendem a formatação da dinâmica de aprendizagem tradicionalmente estabelecida, do professor como detentor de um conhecimento e dos alunos como receptores. Os artistas já estavam dentro da escola, propondo, expondo, montando, interferindo. Mas, e se eles também trabalhassem com estudantes e professores? Em conversas informais com os participantes da ação da Fernanda, percebemos que aquilo criava um outro encontro com a arte e possibilitava o estabelecimento de outros percursos significativos de aprendizagem.
Mas como ocorre o aprendizado nesse espaço estabelecido colaborativamente entre artistas, estudantes e professores dentro da escola, em torno da arte? Como muitas coisas no campo da arte, não há uma resposta definitiva para essa questão. Mas temos algumas experiências que gostaríamos de compartilhar com vocês!
Fiquem ligados pois na semana que vem, vamos ter 2 postagens sobre o assunto!
Além disso, teremos uma Live no dia 17/06 às 18h! Nela, Renata Caetano, Coordenadora do Programa Arte em Trânsito, e Bruna Tostes, pesquisadora e professora, vão conversar sobre a pesquisa que desenvolvem no Projeto de Iniciação Científica “Residência Artística na escola”. Não percam!