A atualidade nos tem feito presenciar o preconceito racial que sempre existiu mas nem sempre era registrado. Isso gera movimentos nos quais as vozes de muitas pessoas transitam entre as ruas e as redes sociais, dando visibilidade a um debate importante e necessário. Nesse sentido, percebemos a relevância de também apoiar a luta contra a ideia de superioridade branca que foi propagada entre os mais privilegiados durante centenas de anos.
Abrir espaços para a exposição de ideias e trabalhos realizados por artistas negros dá diferentes camadas ao debate. Demonstra a importância da representatividade, assim como proporciona à um público variado a possibilidade de perceber outras perspectivas para algo que anteriormente nem sempre era debatido por pessoas que viviam na pele as questões relativas ao preconceito.
Com isso, aproveitamos o momento para relembrar a exposição “Histórias Afro-Atlânticas”, realizada no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) em 2018.
A exibição contém uma seleção de 450 trabalhos de 214 artistas, feitos do século 16 ao 21, em seus trânsitos entre África, as Américas, o Caribe e também a Europa.
O Brasil é um ponto central nas histórias afro-atlânticas, já que recebeu cerca de 46% dos 11 milhões de pessoas escravizadas vindas do continente africano ao longo de mais de 300 anos.
O país também foi o último a abolir a escravidão mercantil com a Lei Áurea de 1888, que não previa projetos de integração social, perpetuando as desigualdades econômicas, políticas e raciais até os dias de hoje. Por outro lado, com essa centralidade, o Brasil foi palco do desenvolvimento de uma rica e profunda presença das mais variadas formas culturais africanas.
A exposição, então, parte da necessidade de traçar diálogos entre as culturas visuais dos territórios afro-atlânticos, suas vivências, criações, cultos e filosofias. Um campo fluido, em que experiências africanas permeiam outras culturas.
As histórias expostas, ficcionais ou não, possuem narrativas pessoais, políticas e culturais. Dessa forma, não se propõem a dar fim num assunto tão extenso e complexo, mas gerar outras conversas para que tudo seja reconsiderado, repensado e reescrito.
No site do MASP é possível acessar ao texto da exposição, além de fotos e vídeos. O link para você ver tudo isso tá aqui:
https://masp.org.br/exposicoes/historias-afro-atlanticas
Além disso, não deixe de conferir a nossa postagem sobre museus com exposições online, onde se faz presente o Museu Afro Brasil: